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O que o EtCO2 nos diz durante uma RCP?

O que o EtCO2 nos diz durante uma RCP?
Alex Jader Sant Ana
May. 7 - 4 min read
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A mensuração do dióxido de carbono expirado final (PetCO2) tem sido utilizada há muito tempo por médicos para avaliar a eficácia das compressões torácicas em parada cardiorespiratória (PCR) na espécie humana, para predizer o retorno à circulação espontânea nesses pacientes acometidos pela PCR.

A PetCO2 de 14,3 mmHg (1,91 KPa) depois de 20 minutos de PCR, discrimina entre os pacientes ressuscitados e não ressuscitados com certa sensibilidade e especificidade.

A American Heart Association considera a PetCO2 como o mais importante dado fisiológico para se monitorar durante a PCR.

Somente um estudo veterinário usou a PetCO2 para predizer o retorno à circulação espontânea (RECE) em cães e detectou uma significante diferença entre as médias de PetCO2  em cães que não obtiveram RECE. Entretanto a monitoração da PetCO2 não foi mandatória para inclusão e estava sendo monitorada na minoria dos cães e gatos do estudo. Os autores concordam que não há estudos clínicos na medicina veterinária que avaliam a atuação do PetCO2 como variável mensurável durante a PCR.

O Reassessment Campaign on Veterinary Resuscitation (RECOVER) classifica o uso da PetCO2 para monitorar a RECE como I-A de evidência, enquanto também identificam que existem algumas brechas no uso do PetCO2 durante a PCR. A habilidade da monitoração é principalmente de monitorar os esforços e a qualidade das compressões e manobras durante a ressuscitação cárdio pulmonar.

O objetivo do trabalho em questão foi determinar se a pressão parcial final de dióxido de carbono (PetCo2) poderia predizer o retorno à circulação espontânea (RECE) em pacientes em parada cardiopulmonar sendo submetidos à ressuscitação cardiopulmonar (RCP). 

Durante  o trabalho em questão,  PetCO2 foi anotada cada 1 minutos de intervalo durante a RCP; outras variáveis também foram mensuradas e gravadas durante a manobra de RCP. 12 animais (7 cães e 5 gatos) voltaram à circulação espontânea; 4 desses (2 cães e 2 gatos) tiveram circulação espontânea mantida; dos quais apenas 1 cão se manteve vivo.

Pacientes que obtiveram RECE tinham um valor relativamente alto de PetCO2 em relação àqueles onde não houve sucesso na ressuscitação. O valor ótimo de PetCo2 foi de 18 mmHg (2,4 Kpa), com uma sensibilidade >ou= 80% e especificidade > ou = 95% em 3, 4, 5, 6 e 8 minutos.

Na tabela abaixo temos a comparação da média de PetCO2 em cães e gatos sob PCR que obtiveram retorno à circulação espontânea e aqueles que não obtiveram retorno.

  1. Intressante observar como os valores iniciais de PetCO2 foram significantemente maior no grupo RECE comparado com não-RECE. Todos os pacientes que obtiveram RECE, o valor de PetCO2 pre-RECE era sempre > que 10 mmHg, enquanto o valor final foi maior apenas em 4 dos 23 pacientes que não retornaram à circulação espontânea (17,4%).
  2. Outra tendência observada foi que pacientes que obtiveram RECE aumentaram PetCO2 sequencialmente do início ao final da RCP.
  3. A média da PetCO2 sempre foi maior, durante a RCP, nos pacientes que obtiveram RECE dos que não obtiveram.
  4. PetCO2 demonstoru ser um excelente parâmetro em acurácia para determinar pacientes que retornariam à circulação espontânea (RECE) dos não RECE em 3, 4, 5, 6, 7 e 8 como mostra as figuras de área sob a curva abaixo.

Conclusões:

Os resultados desse pequeno estudo suporta recomendações prévias de monitorar PetCO2 durante a PCR e sugere que PetCO2 durante PCR pode ser determinante para prever a volta ou não da RECE. Valores absolutos e tendências da monitoaração da PetCo2 podem dar assistência ao clínico e proprietários na tomada de decisão em Pet’s em parada cardiopulmonar.

 

Referência:

Talli Hogen, DVM, DACVECC; Steven G. Cole, DVM, DACVECC, DACVIM (Cardiology); and Kenneth J. Drobatz, DVM, MSCE, DACVIM, DACVECC. Evaluation of end-tidal carbon dioxide as a predictor of return of spontaneous circulation in dogs and cats undergoing cardiopulmonary resuscitation. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care 00(0) 2018, pp 1–10

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